Entra governo, sai governo e o que vemos é a balela de sempre em época de eleição: educação é prioridade.Nos países onde a educação é realmente prioridade, como Chile e Coréia do Sul, tem-se mais bibliotecas e escolas com professores mais bem remunerados, mais crescimento, pouco desemprego, menos crimes e, conseqüentemente, menos cadeias e presidiários.No nosso país a educação sempre foi colocada em plano bem abaixo dos demais. Temos até um presidente que diz: para governar o Brasil não precisa estudar e ter curso superior.Ora, senhores, embora ele não tenha estudado e não tenha curso superior, deve ser respeitado, pois a ampla maioria dos brasileiros está em situação semelhante. Além do que, ele enfrentou e superou grandes dificuldades, mas chegou lá, por esforço e competência.Porém como ele gosta de comparar futebol com outras coisas, o seu caso não difere do jogador de futebol: em cada grupo de mil apenas um dá certo.Nossas escolas, do Fundamental à universidade, estão sucateadas, com ambientes, materiais, instalações e equipamentos destroçados, professores desmotivados, com salários indignos, o que deprime a qualidade do ensino e gera a evasão. O mesmo acontece com nossos centros de pesquisas científicas e tecnológicas. Um relatório da ONU nos posicionou muito mal em tecnologia. A veneranda Fiocruz vem de ser desviada de suas funções históricas e de referência mundial para servir de biombo à farmácia popular...Muitos dos nossos professores universitários e cientistas estão fazendo seus cursos de especialização, doutorado e pós-doutorado com seus próprios recursos. Universidades penduram-se em convênios com empresas públicas e privadas para não fechar seus centros e laboratórios de pesquisa. Verbas são desviadas para todo o tipo de inclusão, não raro manipuladas por deputados federais da base do governo para fins escusos.O governo no momento deu mais atenção ao Ensino Superior particular, como se pobre tivesse acesso, criando paliativos de algumas bolsas de estudo para agradar a alguns, através de mais renúncia fiscal e previdenciária. Tentou inventar o sistema de cotas que é o reverso do racismo. Todos deveriam ser iguais perante a lei e não alguns sendo mais iguais do que os outros. Nos últimos governos os servidores públicos foram e estão sendo tratados como tolos. A inflação lá em cima e o salário lá em baixo. As perdas de 1994 a 2006 passam dos 100%. Só na era Lula foram 30%. O salário médio no INSS é de R$ 600,00, desde 1994. Temos a maior seguradora da América Latina e maior distribuidora de renda do país, o INSS, que reduz mais a pobreza do que as várias bolsas instituídas pelo governo populista, paternalista e assistencialista, mas há um esforço deliberado para acabar com ela. O sonho de se contribuir e se aposentar com dez salários mínimos acabou. O teto desabou para R$ 2.668.15 - 7,62 salários, mas ninguém se aposenta com mais de R$ 1.500,00 - 4,28 salários. Aliás, o valor médio do benefício urbano, em maio, foi de apenas R$ 644,13, considerado por altos dirigentes do PT como "privilégio adquirido" e que deveria ser reduzido a apenas R$ 350,00.Imaginem se tudo isso fosse ao contrário e se nós, que vivemos num país tropical, abençoado por Deus, onde tudo se planta e tudo dá, com um povo pacato e trabalhador, tivéssemos governantes sérios. Seríamos, com certeza, uma das maiores potências do mundo.Mas como quem produziu Imagine morreu assassinado, não quero acabar como John Lennon que ao escrever a letra só queria um mundo melhor.Paulo César de SouzaVice-presidente da Associação Nacional dos Servidores da Previdência Social-Anasps
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário