
Num pequeno povoado do sertão baiano de menos de mil habitantes, de nome São José do Paiaiá (é ou não é um caso de ’sincretismo sócio-religioso-luso-indígena” ? mistura de São José com o nome de uma tribo guerreira dos kiriris), município de Nova Soure, ergue-se a Biblioteca Comunitária Maria das Neves Prado, um pequeno prédio de dois andares, o único na cidade. A jornalista Liana Rocha, do À TARDE, fez alusão à Esfinge no deserto. De fato, há um quê de mitologia numa biblioteca como esta no meio do sertão, uma das maiores e melhores da Bahia, com, entre outras obras, a edição completa da obra de Moliere do século XVII, em Francês. Tudo obra do professor Geraldo Prado, historiador, mestre e phd, filho da terra, apreciador de livros, que teve a idéia de alugar uma garagem em 2002 e enviar parte de seus livros do Rio de Janeiro, onde mora, no caminhão do conterrâneo Zé do Bode. Ali há outras preciosidades que não se encontram nem na biblioteca da UFBA, como a obra completa de João Cabral de Melo Neto, autografada, a primeira edição de “Casa-grande e Senzala”, de Gilberto Freire e a “Encyclopedia e diccionario internacional”, considerada por Antônio Cândido como a melhor da língua portuguesa. Conscientização da comunidade é um dos objetivos. Projeto com o BNB garantiu recursos. A Sala Verde, projeto com o Ministério do Meio Ambiente, enriqueceu o acervo sobre ecologia. E convênio com o Serpro vai permitir a inclusão digital através de conexões com a Internet. Nas palavras de seu criador: “Meu sonho é que o homem, o cidadão, mude para melhor.” (38% é a taxa de analfabetismo do município de Nova Soure).
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